sexta-feira, 17 de setembro de 2010

amor plato..o que?

            É inevitável, todo mundo já teve um, eu já tive (e até admito que tenho vários até hoje), você já teve, minha mãe já teve, a tia da cantina, da farmácia, enfim todo mundo. Mas o que que é um amor platônico afinal?
           Semana passada, a R. resolveu chegar pulando, gritando, esperneando, chorando pra mim falando que tava loucamente apaixonada (quando a R. não está?) e que ele era diferente, e que ele era sim o amor do vida dela.
            -TO NAMORANDO!
            - Oun R. que lindo, quem é dessa vez?
             -...
             -Não entendi, como ele chama mesmo?
             -...
             - Tá surda R.? Quem é??? FALA Pelo amor de Deus.
             - Não sei o nome dele (sorriso de orelha a orelha) Mas antes que você fale qualquer coisa, eu SEI que é amor, a gente se olhou na cantina no dia 13 de Setembro, e eu senti a conexão, o nome nem importa. O que que tem? É AMOR, EU TENHO CERTEZA. E quando for a hora, eu conto pra ele (:
              -Espera, você nem conhece o cara? E se ele for um louco varrido que vai roubar você, te bater, ou pior ainda até fazer você chorar?
              -Cale-se e não estrague meu momento. Ele não é, no dia 14 eu encostei no casaco que ele tava usando. NO CASACO!!!! Só falta a gente ir pro altar.
             

                 E depois de convencer a R. que ele podia ser sim um doido da cabeça que fazia coisas horríveis, que morava em um sótão com 4 gatos pretos, e essas coisas todas tiradas de algum filme que eu não lembro (e nem fariz propaganda, não me pagariam pra isso mesmo :/) a R. chegou com uma lista enorme com CADA detalhe da vida dele. Incluindo a pasta de dente preferida, a marca de chiclete e o tamanho do sapato.
            
           -Viu? aqui não fala nada sobre distúrbios, furtos, nem nada. E olha que coisa mais linda, o trident preferido é o de melancia, E O MEU TAMBÉM!
          -É, realmente, ninguém gosta de trident de melancia.
           -Tá vendo? Eu te disse, só falta juntar as escovinhas de dente. Eu tava pensando em Bora Bora na Lua-de-Mel, mas não sei, acho que vou tirar um ano de férias e viajar o mundo inteiro.
           -R... Só uma coisa, você descobriu o nome dele? Não vi nada nessa lista...
            -POR QUE O NOME IMPORTA? Você vai casar com o nome dele?
           -Er.. Não, mas senta aqui pra eu te falar o nome do seu marido, quer uma água primeiro?

        E depois de descobrir que o nome do seu marido perfeito tinha 26 letras, 12 sílabas, e 5 sobrenomes, a R. desistiu e foi procurar um namorado novo.
       Ah eu não sei, a sensação de estar apaixonada é tão gostosa que a gente pensa em sentir com qualquer pessoa, mas a verdade é que se fosse tão fácil nem teria a mesma graça. Depois de R. acordar o meu ladinho sentimental que andou um tempo meio quietinho no canto dele, eu percebi que não tem jeito, SEMPRE tem alguém que não sabe nem da nossa existência, mas que faz nosso coração disparar só de passar com aquele casaco da A&F, com aquela calça mais apertada, e o cabelinho pro lado, comaquela pintinha na bochecha que é a marca registrada. E quando a gente vê o sorriso de longe pra outra pessoa, imaginando que fosse pra gente, ou quando ele pergunta as horas e a gente tem certeza que a próxima pergunta vai ser: quantos filhos vamos ter?
      Ai, e melhor que isso seria se a gente conseguisse passar de invisível pra permanente na vida de um garoto que passa na cantina, não olha pros lados e nos faz derreter.
     Mas amor platônico, apesar de ser uma delícia no começo, quando a gente percebe que é impossível, as vezes dói mais do que um possível, a gente fantasia tanto, imagina tantas coisas, e acaba vendo tudo desmoronando quando percebe que não é bem assim.
    Ok Paolla, talvez você seja uma louca que segue ele pelos corredores da escola e é capaz de catar o chiclete que ele cuspiu no chão pra colocar num pote em cima da estante (ok, nem tanto, mas uma vez ele roeu a unha e EU sozinha achei e guardei (: ), mas a gente meio que não escolhe quem vai ser nosso amor platônico, como um professor, um amigo do papai, aquele ator que aparece sem a regatinha branca em algum filme, no amigo do irmão de 12 anos, enfim, ele só acontece. E a verdade é que qualquer forma de amor é válida se faz a gente tremer e sonhar de longe com o dia em que ele vai chegar e nos pedir pra passar a vida inteira com ele, e depois vai até perguntar o nosso nome, só pra ter certeza que tem um pouco menos de 26 letras, mas também se tivesse, nao tem importância, é amor oras...


Boa noite (:


P.s- Pelo menos eu descobri o nome dele, SOZINHA. Obrigada, obrigada.

          

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